
Este texto foi escrito pelo mano Alcides Villaça (Celso), professor de Literatura Brasileira na USP
Therezinha : você se casou tão cedo, para mim.
Poderia ter ficado anos e anos (como sou egoísta!) bordando
seu enxoval de noiva junto à janela que dava para a R. Bento
Carlos em São Carlos. Enquanto bordava os sete anões, você
me contava a história de Branca de Neve.
Por onde anda aquele quebra-cabeças com imagem de
Santa Therezinha, que você guardava com seus tesouros?
Você sempre teve tantos tesouros para guardar, e parece guar-
dá-los até hoje, quando sorri em silêncio e olha a gente de modo
enigmático...
Ainda bem que aquela orquídea floresce todos os anos:
acabou sendo um modo silencioso de estarmos próximos. Espero
que ela não murche por eu dizer isto e quebrar, quem sabe, o
encantamento do afeto sem palavras.
Espero, ainda, que você conserve sempre essa força para
enfrentar a vida que (na voz de Carlos Galhardo) é uma roleta,
gira, gira...
Um beijo,
Celso.
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